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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Começo do sensacional

O sensacionalismo aparece nos meios de comunicação como uma espécie de balança, oscilando em determinado momento para a punição e, em outro, para a transgressão. O veículo, que envereda pelo caminho sensacionalista, chama a atenção para si por meio desses dois fatores: a punição e a transgressão.

Não se trata de um fenômeno novo. É talvez a mais antiga ferramenta para aumentar as vendas de produtos de comunicação e implica em uma opção editorial. O produto sensacionalista baseia-se em uma linguagem específica, que será chamada aqui de "clichê".

Sobre o inicio do sensacionalismo, Danilo Sobrinho, autor do livro "Espreme que sai Snague, Um Estudo do Sensacionalismo na Imprensa" fez um estudo sobre sobre esse inicio, confira uma explicação dele deixada em um site.

Na tese que defendi sobre o sensacionalismo - "Espreme que Sai Sangue, Um Estudo do Sensacionalismo na Imprensa" - fiz um estudo sobre o início desse gênero de imprensa e verifiquei que os primeiros jornais publicados nos Estados Unidos e na França eram sensacionalistas.

O primeiro jornal dos Estados Unidos, "Ocorrências Públicas" (Publick Occurrences), foi também o primeiro jornal sensacionalista dos americanos. Editado em 1690, por um gráfico inglês (Benjamin Harris), que vendia poções milagrosas, trazia "cascatas" (por exemplo, uma história fictícia sobre um rei francês que havia tomado "liberdades imorais com a mulher do príncipe") e era racista, chamava os índios de "selvagens miseráveis".

Entre 1560 e 1631, aparecem os primeiros jornais franceses. Eram o "Nouvelles Ordinaires" e "Gazette de France". Esses veículos impressos eram muito parecidos com os jornais sensacionalistas da atualidade.
Antes do surgimento desses primeiros jornais, quando ocorriam acontecimentos que chamavam a atenção e mexiam com a imaginação do público francês, eram transformados em publicações, chamadas "occasionnels", brochuras com seis a 16 páginas, que traziam uma ilustração junto ao título.

É interessante notar que esses relatos ocasionais vão continuar existindo até o século 19, quando se transformam em publicações muito populares, chamadas de "canards". Canard é uma palavra francesa que significa "pato" e também "conto absurdo". Em 1841, há relatos de vendedores de "canards" que saíam às ruas, gritando para chamar a atenção do público para suas manchetes mirabolantes.

Essas publicações custavam muito barato, cinco centimes, e eram destinadas ao povo.

Aqui no Brasil o principal e mais comentado programa sensacionalista foi o Aqui Agora, estrelado pelo ilustre Gil Gomes, mas isso são cenas dos próximos capitulos, aguarde....

Um comentário:

  1. Muito bom, não sabia que já antes da revolução francesa já existiam os jornais sensacionalistas.

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